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Laboratórios devem receber atenção especial e equipes treinadas nos processos de limpeza

Orientações provenientes dos seguintes órgãos e instituições como NIH – National Institutes of Health (Institutos Nacionais de Saúde), CDC – Centers for Desease Control (Centros para Controle de Doenças), o NCCLS – National Committee for Clinical Laboratory Standards (Comitê Nacional para Normas de Laboratórios Clínicos) e Laboratory Safety Manual – WHO – World Health Organization definem e funcionam como um verdadeiro guia de manipulação em laboratórios de análises clínicas.

Muito embora haja um esforço global por parte da indústria laboratorial, química e empresas com atuação mundial em termos de saúde, as maiores fontes de contaminação são o contato mão-boca, o contato mão-olho, os cortes e feridas superficiais na pele exposta e a perfuração cutânea.

Segundo dados da WHO, 41% dos 155 países não possuem padrões ou recomendações específicas para os diferentes tipos de instalações de saúde ou mesmo procedimentos médicos especiais.

Imagine com estes dados, o quanto as doenças podem ser negligenciadas ou mesmo os procedimentos mais essenciais de limpeza, como é o caso da lavagem das mãos e de cuidados ao lidar em ambientes, como os laboratórios, por exemplo.

Outras operações, como as de homogeinização e mistura, devem levar em conta o material utilizado, dando a preferência para o “teflon”, já que o vidro ao quebrar pode liberar material infectado repentinamente. O recipiente deve ser aberto, após a operação, em cabine de segurança biológica.

Cuidados especiais ainda para a abertura de ampolas contendo material seco e resfriado. Estes materiais são condicionados a vácuo, podem dispersar ao serem abertos. Somente devem ser manipulados em cabines apropriadas.

Aliados para a limpeza e manutenção saudável do ambiente laboratorial são as escovas industriais, que com sua ampla gama de desenhos e formatos, como as escovas torcidas por exemplo, alcançam uma série de materiais orgânicos que poderiam se transformar em amplo risco de contaminação.

É importante que o processo de limpeza seja levado de forma assertiva e organizada, para que laboratórios sejam tanto quanto os hospitais, vistos como uma etapa valiosa para as descobertas e o tratamento de muitas doenças.

O que diz a ANVISA

De acordo com os procedimentos de limpeza, desinfecção e esterilização da ANVISA podemos compreender que a limpeza no ambiente laboratorial envolve o procedimento antimicrobiano de remoção de sujidades e detritos. Sendo a limpeza “o núcleo de todas as ações referentes aos cuidados de higiene com os artigos e áreas hospitalares. É o primeiro passo nos procedimentos técnicos de desinfecção e esterilização”.

Sobre os métodos de limpeza, a ANVISA indica a atenção para os tipos de superfícies, propósito da área, sendo que a limpeza em si irá ser realizada via escovação com água e sabão, fricção, esfregação e passar pano. A varredura e espanação seca devem ser evitadas, pois estas práticas espalham para o ar superfícies limpas, poeira, matéria estranha e microorganismos.

O órgão ainda ressalta que programas de treinamento específicos devem ser mantidos para garantir a eficácia dos procedimentos de limpeza. Esses programas de treinamento devem ser aplicados ainda nos hospitais que contratam serviços de terceiros e o monitoramento de tais processos deve ser acompanhado com atenção.

Acerca da desinfecção – processo de destruição de agentes infecciosos em forma vegetativa. Ela também deve ser realizada nas áreas e áreas e artigos semicríticos e não-críticos, ou seja, são aquelas áreas com um certo grau de possível contaminação num hospital, mas ainda não consideradas críticas.

Desinfectantes indicados para laboratórios:

hipoclorito em várias formas

Hipoclorito em pó, solução e em sua formulação

Hipoclorito de sódio

É um desinfetante universal ativo contra microorganismos, comumente encontrado no cloro ativo. A concentração de cloro ativo deve ser no mínimo de 1g/litro (1000 ppm). Para uma matéria orgânica mais densa, a concentração de cloro ativo recomendada é de 10 g/litro (10.000 ppm).

O hipoclorito é corrosivo, irrita a pele, olhos e sistema respiratório, além de tóxico. Sua principal aplicação é na desinfecção de superfícies de trabalho, materiais de vidro sujos e na descontaminação de superfícies de equipamentos, quando não houver indicação contrária.

Muitos compostos fenólicos fazem parte das formulações de desinfetantes. Podem ser usados em substituição ao hipoclorito de sódio quando este não for possível.

Formaldeído

O formaldeído é usado como desinfetante na concentração de 50 g/litro (5%). É usualmente encontrado no mercado a concentrações de 370 g/litro (37%). Recomenda-se contra o vírus da hepatite B.

É tóxico e irritante das vias aéreas, pele e olhos. É usualmente utilizado para desinfecção de superfícies de trabalho, vidrarias e descontaminação de superfícies de equipamentos.

Iodo

Sua ação e aplicação são similares às do hipoclorito de sódio e é viável para o tratamento de superfícies se em concentrações de 0,075 g/litro (75 ppm) e se em ausência de proteínas. Para a lavagem das mãos, ou como esporicida, podem ser diluídos em álcool etílico.

É tóxico e irritante das vias aéreas, pele e olhos. Possui natureza corrosiva e entre outros usos, entretanto, ainda é utilizado para desinfecção de superfícies de trabalho, vidrarias e descontaminação de superfícies de equipamentos. Para a limpeza de vidrarias são necessárias escovas industriais especialmente desenvolvidas para o segmento laboratorial, como as de limpezas de frascos em diversos tamanhos, por exemplo.

Cirurgiões em procedimento para retirada de catarata. Instrumentos devem estar extremamente limpos para evitar a TASS

Evitando contaminações e orientações da FDA – Food and Drug Administration (USA)

As causas mais comuns de Toxic Anterior Segment Syndrome – TASS –  uso de cânulas reutilizáveis, limpeza inadequada dos instrumentos, uso de epinefrina preservada.

Uso de água da torneira sem enxágüe final de água estéril, pessoal inadequado ou bandejas para permitir uma preparação adequada dos instrumentos, não imediata limpeza permitindo dispositivo viscoelástico oftálmico (ovd) e soluções cirúrgicas para secar sobre instrumentos ou reutilização de tubos.

O que diz a FDA

  1. Este procedimento aborda os temas de recepção de amostra e processamento, rejeições de amostra, armazenamento e sua transferências e custódia para análise, transporte e finalmente sua eliminação.
  2. Amostras para o laboratório devem ser analisadas e designadas somente em salas para seu processamento.
  3. Para armazenamento: Este processo é coordenador pelo supervisor do laboratório. As amostras são armazenadas congeladas, refrigeradas ou à temperatura ambiente.

Para a periodicidade de limpeza dos laboratórios, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que seja feito uma limpeza que inclua o piso duas vezes ao dia. E que mensalmente uma limpeza geral incluindo teto, vidros, paredes e bancadas seja feita. Recomenda-se também uma limpeza anual de descontaminação através de vapores. O material mais utilizado em limpezas é o cloro, encontrado com diferentes concentrações químicas.

Demais agentes de limpeza citados pela OMS:

  • Fenol quaternário: Possui atividade contra formas vegetativas de microorganismos, é utilizado em pisos e é tóxico;
  • Glutaraldeído: É eficaz contra microorganismos, é usado em superfícies que não sofrem ações corrosivas;
  • Água Oxigenada: Desinfetante poderoso pela sua ação oxidativa.
  • A manipulação de objetos de limpeza e de agentes limpantes e desinfetantes devem ser feita com o uso de equipamentos de proteção individual (EPI).
  • Recomenda-se que cada área do laboratório tenha seus próprios equipamentos de limpeza (escovas, baldes, panos, recipientes) para evitar a contaminação.

Todo laboratório deve elaborar um plano de procedimentos de emergência e utilizá-lo adequadamente quando necessário.

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