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Processo de limpeza dos galões protege contra bactérias

A água contaminada é uma das principais causas de doença em países menos desenvolvidos. Por isso, todo cuidado é pouco quando se trata da ingestão desse líquido. Nem mesmo a água mineral está livre de perigo.

Uma pesquisa do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) descobriu um alto índice de contaminação pela bactéria Pseudomonas aeruginosa em galões e garrafas de água vendidos no Brasil.

P. aeruginosa, vulgarmente conhecida como bactéria de nadador, causa infecções urinárias, sanguíneas e respiratórias e pode levar à morte, principalmente pessoas com imunidade baixa. Atualmente, essa bactéria é a terceira maior responsável por infecções hospitalares no Brasil.

Entre os galões, 40% estavam contaminados com a bactéria contra apenas 2% das amostras das garrafas.

Escova para lavar galão de água de 20 litro da Weinberger. Com cerdas em nylon e haste em alumínio. Possui o Sistema de adaptação para equipamentos com alta rotação.

Escova para lavar galão de água de 20 litro da Weinberger. Com cerdas em nylon e haste em alumínio. Possui o Sistema de adaptação para equipamentos com alta rotação.

 

processo de limpeza com essa escova

Em detalhe a escova Weinberger para galões de 20 litros, com o sistema de adaptação

A pesquisa analisou 100 galões retornáveis de 20 litros, 50 garrafas de 1,5 litro e 50 de 500 ml de água mineral. Entre os galões, 40% estavam contaminados com a bactéria contra apenas 2% das amostras das garrafas.

A nutricionista responsável pelo estudo, Samara Custódio Bernardo, explica que essa discrepância se deve ao fato de os galões serem mal higienizados antes de receberem a água mineral nas distribuidoras e fábricas.

Segundo a pesquisadora que atua na Fiocruz e em parceria com Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) da Fundação, as bactérias P. aeruginosa ou Psedomonas aeruginosa têm alta capacidade de se unirem umas às outras e formarem uma espécie de lodo, chamado biofilme.

De acordo com o estudo, esse ‘ biofilme’ protege as bactérias e as ajuda a crescer, bem como aderir à superfície dos galões, quando estes não são limpos.

O que estabelece a lei: A legislação específica para águas minerais (Resolução n° 275, de 22 de Setembro de 2005)4 estabelece alguns parâmetros e os respectivos padrões de qualidade para essas águas, incluindo bactérias coliformes totais, coliformes fecais/Escherichia coli e Pseudomonas aeruginosa)

dispenser para galão

Tipo de dispenser para galão utilizado no mercado norte-americano, com a haste para segurar

 

Se o galão não é higienizado corretamente antes de receber a água, o biofilme permanece e contamina a nova água. Normalmente, essa película não é visível a olho nu; somente em casos graves de contaminação é possível enxergá-la.

As amostras que apresentam de 3 a 48 bactérias por mililitro, quantidade acima do aceitável pela Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que é de 2 bactérias por mililitro, são as consideradas perigosas.

Segundo a pesquisadora, a boa notícia do estudo é que  nenhuma das bactérias encontradas era resistente a antibiótico, ouse já, isso indica que os microrganismos não são os mesmos encontrados em ambientes hospitalares.

Máquina que alimenta o envase dos galões de água

Máquina que alimenta o envase dos galões de água

Em outra pesquisa realizada em duas cidades do interior de São Paulo, Araraquara e Américo Brasiliense, com análise de 84 amostras com 21 marcas de água mineral natural.

Avaliando os dados obtidos nesta pesquisa uma variação de qualidade entre amostras diferentes coletadas de uma mesma marca de água mineral em garrafões de 20 litros, que pode ser resultante da variação das condições climáticas durante o ano e/ou da higienização dos garrafões.

Nesta pesquisa relizada pelo Departamento de Ciências Biológicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas pelo Programa de Pós-Graduação em Alimentos e Nutrição da UNESP, considerando apenas microrganismos cujo padrão foi definido pela legislação específica para água mineral – coliformes totais, coliformes fecais/E. coli e Pseudomonas aeruginosa foi obtido o seguinte resultado:

  • Vinte (23,8%) amostras de onze (52,4%) marcas seriam consideradas inadequadas;
  • Cinqüenta e duas amostras (61,9%) das 21 marcas (100,0%) apresentaram contagens elevadas (> 500UFC/mL) para bactérias heterotróficas.

Os pesquisadores Adalberto Farache Filho e Maria Fernanda Falcone Dias, ambos da UNESP, afirmaram que será preciso avaliar a importância das bactérias heterotróficas, definindo padrão para águas minerais, pois podem alterar a qualidade do produto e oferecer riscos ao consumidor.

Para combater a bactéria, recomenda que sempre se passe álcool 70 na boca do galão de água mineral quando aberto e também no suporte que irá recebê-lo. Esse mesmo procedimento é indicado para as garrafas que armazenam água filtrada em casa, que não devem ser reutilizadas sem a higienização.

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